segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Peixes

  • Elasmobranchii (cação, raias, tubarão)
  • Holocephali (quimera)
Tubarão tigre. Foto: Matt9122 / Shutterstock.com
Tubarão tigre. Foto: Matt9122 / Shutterstock.com
O esqueleto dos peixes cartilaginosos é composto de cartilagem. Possuem mandíbulas móveis, são predadores e todos são marinhos. A pele destes peixes é rija, coberta por escamas placóides e glândulas mucosas, possuem várias nadadeiras. A boca é na região ventral, com muitos dentes. A narina termina em fundo cego, tendo apenas função olfativa. O coração é formado por duas câmaras: 1 átrio e 1 ventrículo. Respiram por brânquias, possuem ouvido, os rins são do tipo mesonéfrico, são ectotérmicos, a principal excreta nitrogenada é uréia. São dióicos, com fecundação interna, podendo ser ovíparos ou ovovivíparos.
Normalmente, os condríctes apresentam de 5 a 7 pares de fendas branquiais, dependendo do gênero e da espécie. As quimeras, ao invés de fendas branquiais, possuem opérculo (só tem um par de fendas branquiais). Possui uma cauda fina e longa (cauda heterocerca) e a nadadeira peitoral é muito desenvolvida. Esta nadadeira promove a natação através do movimento na forma de “remo”. As quimeras são encontradas a partir de 80 metros de profundidade.
Existem cerca de 900 espécies descritas de peixes cartilaginosos.
A presença da mandíbula permitiu que a alimentação destes animais fosse mais variada. Também houve alterações no comportamento sexual. Nos condríctes mais primitivos só existiam nadadeiras ímpares (caudal, anal e dorsal). Os mais evoluídos apresentam, além das ímpares, nadadeiras pares (peitoral e pélvica).
Nos tubarões, as fendas branquiais estão localizadas lateralmente. Nas raias, as brânquias se localizam na porção ventral do corpo.

Tegumento

Arraia. Foto: timsimages / Shutterstock.com
Arraia. Foto: timsimages / Shutterstock.com
A epiderme é pluriestratificada (cerca de 4 a 6 camadas de células sobrepostas). A epiderme é mais delgada que a derme.
Apresentam escamas placóides, que é uma escama com estrutura parecida com a de um dente, pois é composta de esmalte, dentina, vasos e nervos. Tem origem na derme e são diminutas. As raias e cações apresentam escamas placóides. Elas servem para reduzir a turbulência causada pelo atrito com a água, e por conseqüência, a velocidade do nado aumenta.
O ferrão das raias são escamas placóides modificadas. Há raias com 2 ferrões. Na ponta do ferra há produção de veneno.
Na parte superior da derme, próxima à epiderme, estão os melanócitos, células produtoras de melanina. a presença de melanina confere a capacidade destes animais de se camuflarem.

Musculatura

A parte mais desenvolvida da musculatura encontra-se no tronco e na cauda. Os miômeros estão em forma de duplo “V”, intercalados por tecido conjuntivo, formando o miossepto. Longitudinalmente, existe um septo lateral que divide a musculatura na parte dorsal e ventral: musculatura epiaxial e hipoaxial, respectivamente.

Esqueleto

O esqueleto é formado por tecido cartilaginoso, podendo ocorrer deposição de carbonato de cálcio, mas isso não significa ossificação. Possuem esqueleto axial (crânio e coluna vertebral) e apendicular (nadadeiras).
Não existem suturas no crânio, ou seja, ele é inteiriço. A caixa craniana é uma peça cartilaginosa única.
notocorda não foi totalmente substituída pela coluna vertebral, estando presentes resquícios entre uma vértebra e outra.

Digestão

A boca dos condríctes ocupa posição ventral, possui maxilar e mandíbula e dentes triangulares e afiados, formando até 7 fileiras de dentes. Condríctes bentônicos que se alimentam de animais com carapaça dura possuem dentes arredondados e achatados. A língua é pouco desenvolvida, possuindo poucos músculos e é fixa no assoalho da boca. A maior parte das papilas gustativas está na região anterior do esôfago, que é todo pregueado longitudinalmente para aumentar seu diâmetro quando o alimento passa. O estômago possui uma mucosa pregueada e com glândulas produtoras de enzimas digestivas. O intestino delgado é curto, porem possui pregas e dobras para aumentar a superfície de absorção. O intestino grosso também é curto, terminando na cloaca.
Os condríctes marinhos possuem uma expansão digitiforme na porção terminal do intestino grosso, chamada glândula de sal, que serve para excretar o excesso de sal presente no organismo. As brânquias também eliminam sal para manter o equilíbrio osmótico do corpo.
O fígado destes animais é muito grande, com 2 lobos, contendo muito óleo, para auxiliar na flutuação, podendo ser responsável por até 20% do peso do animal.

Circulação

Possuem um coração abaixo da região branquial, no pericárdio. A circulação é fechada, o coração possui 1 átrio e 1 ventrículo, sendo todo o sangue venoso.

Respiração

A respiração é branquial. A água entra pela boca e passa pelas brânquias, que são formadas por vários filamentos delgados e paralelos, que contém vários capilares, onde ocorrem as trocas gasosas.

Excreção

Possuem rins mesonéfricos, que se situam acima do celoma em cada lado da aorta dorsal. A principal excreta nitrogenada é a uréia. Condríctes marinhos precisam manter o equilíbrio osmótico, retendo cloreto de sódio e uréia o sangue, de forma que os líquidos do corpo sejam ligeiramente hipertônicos em relação á água do mar.

Sistema Nervoso e Sensorial

Possuem um cérebro mais evoluído que as lampreias e a medula é protegida pelas vértebras. As narinas percebem materiais dissolvidos na água que passa por elas. Os olhos não possuem pálpebras e estão adaptados à pouca luz. O ouvido é usado para o equilíbrio. A linha lateral, um fino sulco ao longo de cada lado do tronco e da cauda, contém um delgado canal com muitas aberturas pequenas para a superfície. Apresentam células sensitivas ciliadas. Percebem vibrações na água.

Reprodução

São animais dióicos. O órgão copulador é chamado clásper, e se encontra na face interna da nadadeira pélvica. É um órgão rígido que é introduzido na cloaca da fêmea. Após ter sido fecundado, o óvulo passa para o oviduto e é envolvido por albúmen. No final do oviduto o ovo é recoberto pela casca.
Todos os condríctes possuem fecundação interna. Existem espécies ovíparas, ovovivíparas e vivíparas.

Alce


alce é um mamífero quadrúpede pertencente à família Cervidae e à ordem Artiodactyla, ou seja, suas patas têm um número par de dedos. Este grande cervo, (aliás, é maior do mundo, sua altura pode chegar a 2,15m) pesa, quando adulto, até 450 kg, sendo que os mais idosos podem ultrapassar os 500 kg. Seu comprimento oscila de 2,4 a 3,1 m e sua cauda, bem curta, tem comprimento de 5 a 12 cm. A cor de sua pelagem é parda.
Seu corpo é relativamente curto e grosso, seu peito é largo e a parte traseira deste animal é mais baixa do que a dianteira. Seu pescoço é forte, sua cabeça é grande, vai ficando estreita em direção aos olhos e termina num focinho comprido, cujo lábio superior (extremamente móvel, peludo e pendente sobre o lábio inferior) é bem desenvolvido em todas as direções.
Outra característica do alce é sua enorme galhada que pode atingir 1,6m de amplitude. Durante o inverno, os machos perdem seus chifres, que voltam a nascer durante a primavera. Este cervídeo guia-se bastante pela audição e olfato, uma vez que sua visão é bem débil.
O alce vive nas regiões frias do norte do planeta, pode ser encontrado na América do Norte, Rússia, Alemanha, nos bosques dos países nórdicos e Áustria, por exemplo. O alce habita lugares onde existem muitas árvores frondosas e nas florestas coníferas (desde que existam lugares onde possa alimentar-se de brotos de árvores e de plantas aquáticas, caso em que chega a mergulhar nos lagos para obter alimentação). Durante o verão, vive nas fendas úmidas das florestas (onde a alimentação é abundante) e, quando chega o verão, vai até as regiões mais altas que estão livres das enchentes decorrentes do degelo.
A maturidade sexual da fêmea do alce ocorre por volta dos dois anos, o tempo de gestação dura entre 245 e 250 dias. A época do acasalamento começa entre setembro e novembro (período em que os machos da espécie ficam violentos, oferecendo risco até para os seres humanos). Desde o final de abril até início de maio, as fêmeas dão à luz (da primeira vez, somente a uma cria, cujo peso, em média, é de 13 kg. Nos partos posteriores, geralmente a um casal).
O alce possui, hoje, uma população aproximada de 2 milhões de indivíduos. Isto se deve ao fato de ter sido muito caçado por esporte, para se obter seu couro, sua carne e seus ossos. Na Rússia, ele foi domesticado para a produção de leite, carne e para ser utilizado como animal de tração. Este belo animal pode chegar a viver 80 anos.

Anta Brasileira


anta brasileira (Tapirus terrestris) é um mamífero terrestre da família Tapiridae. Trata-se do maior mamífero da América do Sul. Geralmente as fêmeas são maiores, medindo até 2 m de comprimento, 1 m de altura e pesando até 300 kg.
O corpo da anta brasileira tem o formato parecido com a dos porcos, porém têm um tom de pele mais acinzentado. Seus pêlos são curtos e macios e não cobrem o corpo inteiro. Seus pés traseiros têm 3 dedos, enquanto os dianteiros apresentam um quarto dedo, um pouco reduzido. Sua cauda é fina e curta. No lugar dos lábios superiores, as antas apresentam uma pequena tromba, de até 17 cm, preênsil e flexível. Na tromba existem pêlos sensíveis à umidade e a cheiro.
Existem 4 espécies de anta: a Tapirus terrestris (Anta-brasileira), a Tapirus pinchaque (Anta-andina) e a Tapirus bairdii (Anta-de-Baird) habitam em diversos países da América do Sul, enquanto a Tapirus indicus (Anta-malaia), é encontrada em Sumatra, Laos, Myanmar, Tailândia, Malásia peninsular, e Vietnã.
A anta brasileira, aqui descrita, na verdade é encontrada em toda a América do Sul, exceto no Chile e no Uruguai. No Brasil, são mais encontradas nas áreas próximas aos rios Paraná e Paraguai, na bacia do rio da Prata e na bacia do rio Amazonas. As antas sempre estão próximas aos rios por que é neles que ela prefere se esconder de predadores. É uma ótima nadadora.
As antas têm hábitos noturnos, permanecendo escondida na floresta durante a noite. São animais herbívoros, alimentando-se de frutas, folhas, grama, ramos, brotos, caules, cascas de árvores e plantas aquáticas.
Eventualmente pastam em plantações de arroz, cana-de-açúcar, milho, entre outras. As antas costumam demarcar seu território graças a uma glândula facial que libera um odor típico por onde ela passa. Os machos da espécie demarcam seu território urinando sempre nos mesmos lugares. Além disso, emitem estalidos, assobios e bufos em diferentes situações.
Esses animais são solitários, formando casais somente na época da reprodução. Nessa época, os machos emitem estridentes assobios para atrair as fêmeas. O casal pode copular dentro ou fora da água. Logo após, o casal se separa.
A gestação dura entre 390 e 400 dias, nascendo um filhote a cada gestação, salvo raras exceções. Ao nascer, os filhotes são rajados de branco e marrom, coloração que permanece por 5 meses. Enquanto a mãe produzir leite o filhote é amamentado. Adquire a mesma aparência dos adultos por volta de um ano e meio.
Os predadores das antas são as sucuris e as onças, além do homem, que a caça pela sua carne muito apreciada. A anta é um animal pacífico, tímido, e indefeso em relação ao homem. Não existem informações precisas sobre a expectativa de vida das antas em seu habitat natural, embora em cativeiro ela chegue aos 35 anos.

Ariranha


ariranha (Pteronura brasiliensis) é um mamífero da família Mustelidae, a mesma das lontras. No entanto, a ariranha é bem maior, podendo medir 1,8 metros, e pesar até 34 quilos. É encontrada em várias regiões da América do Sul. No Brasil, é encontrada principalmente nas bacias: Amazônica, Alta Bacia do Paraguai, do São Francisco e na Bacia do Paraná.
A pelagem da ariranha é curta e tem cor castanha, ficando mais escura quando molhada. Em seu queixo, peito e garganta, a ariranha apresenta manchas amareladas. A ponta do focinho da ariranha é coberta de pêlos. A cauda da ariranha e musculosa e achatada do meio até a ponta, fazendo dela uma espécie de leme para o deslocamento na água. Além da cauda, os pés largos e com membranas entre os dedos fazem da ariranha uma excelente nadadora.
Brincalhonas e barulhentas, as ariranhas vivem em pequenos grupos de até nove indivíduos – embora possam formas grupos temporários de até 20 ariranhas - nas margens de rios e lagos. Cada grupo domina um território de aproximadamente 12 km². Abrigam-se e reproduzem em tocas nas margens de rios e lagos, passam a maior parte do tempo na água, e seus hábitos são predominantemente diurnos.
A ariranha alimenta-se de peixes, pequenos crustáceos, moluscos, cobras e até filhotes de jacarés. Caça o peixe (geralmente grande) durante o mergulho, com a boca, mas sai da água para consumi-lo com a ajuda das mãos, embora não seja incomum vê-las se alimentando enquanto nadam de costas.
As ariranhas são monogâmicas. A reprodução ocorre na estação das chuvas, geralmente entre janeiro e março, sendo que a gestação dura aproximadamente 70 dias. De cada gestação nascem entre 1 e 5 filhotes. Durante os três primeiros meses, os filhotes não saem da toca, onde recebem o alimento da mãe. Após esse período, se unem ao grupo, que defendem os filhotes em conjunto. Com um ano, os filhotes começam a se tornar independentes. Entre 2 e 3 anos, as ariranhas alcançam a maturidade sexual.
A destruição do habitat natural das ariranhas somada a caça desses animas durante décadas - por causa de sua pele macia e sedosa – fazem com que essa espécie seja considerada vulnerável e ameaçada de extinção.

Boto Rosa


boto cor-de-rosa (Inia geoffrensis), ou então boto vermelho como é conhecido pelos moradores da bacia amazônica onde este animal ocorre, é um pequeno golfinho pertencente a ordem dos cetáceos e subordem dos odontocetos. Em outros países no qual ocorre como a Colômbia, Equador e Peru este animal possui o nome de bufeo colorado. Seu nome no idioma inglês é Pink Dolphin o qual devido a traduções se tornou boto cor-de-rosa em terras brasileiras, porém pelos ribeirinhos da região amazônica seu nome é boto ou boto vermelho.
Este golfinho é pertencente a família Iniidae, sendo que estudos recentes reconhecem à existência de três subespécies para o gênero IniaInia geoffrensis geoffrensis, I. g. boliviensis I. g. humboldtiana.
O boto é um golfinho que vive em ambientes fluviais, não correndo em ambientes marinhos. Dentre os golfinhos de rios, o boto é o maior deles podendo atingir nos machos cerca de 2,55 metros de comprimento de corpo e ter um peso corporal de 200 kg, e para as fêmeas estes valores máximos é de 2,25m de comprimento de corpo e peso corporal de 150 kg. Esta diferença no tamanho e no peso corporal mostra que para esta espécie existe um dimorfismo sexual em relação ao tamanho do corpo.
Os botos possuem o corpo muito fléxivel devido ao fato de vivirem em ambientes fluviais, onde precisam ser ágeis para desviar de obstáculos e para capturar suas presas. As nadadeiras peitorais são grande e podem realizar movimentos para trás com facilidade o que ajuda o boto a se movimentar no meio de raízes e troncos de árvores caídos nos ambientes onde vivem.
A coloração dos botos varia com a idade. Nos neonatos (recém nascidos) e indivíduos jovens a coloração é cinzenta escura. Os adultos adquirem uma coloração rosada. Nos machos essa cor é ainda mais intensa.
Mapa de distribuição do boto vermelho. Fonte: IUCN.
O boto possui uma grande distribuição dentro da bacia amazônica. Ocorre em cerca de 6 países da América do Sul: Colômbia, Bolívia, Brasil, Venezuela, Peru e Equador. Sua área de ocupação é de cerca de 7 milhões de km². O boto possui hábitos sociais de formação de grupo, porém estes grupos são formados com poucos indivíduos, entre 4 animais ou mais. A maioria dos grupos são de dois animais, no qual incluiria as fêmeas e seu filhote.
Quando em atividade de forrageio, estes animais possuem hábitos de se alimentar solitáriamente, podendo em alguns casos ocorrer a formação de grupos maiores para maximizar a captura do alimento. Eles se alimentam de peixes, sendo que estudos da ecologia alimentar mostra que este golfinho se alimenta de cerca de 50 espécies de peixes, alguns com valores comerciais.
O boto sofre com as atividades antrópicas, podendo ser capturados em redes de pesca e também sofrer colisões com embarcações.

Ostra

As ostras são moluscos pertencentes à família Ostreidade e à ordem Ostreoida. Estes moluscos se desenvolvem em águas marinhas dentro de conchas de formatos irregulares e desiguais entre si. Estas conchas são muito calcificadas e se mantêm fechadas graças a um músculo adutor. Seu corpo é mole e é constituído de boca, estômago, coração, intestino, rins, gônadas (órgãos sexuais), guelras, músculo adutor, ânus e manto.
Ostras. Foto: Julienbzh35 [GFDL (http://www.gnu.org/copyleft/fdl.html) or CC-BY-SA-3.0-2.5-2.0-1.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], via Wikimedia Commons
Ostras. Foto: Julienbzh35 [GFDL or CC-BY-SA-3.0-2.5-2.0-1.0], via Wikimedia Commons
As ostras podem ser encontradas em todos os mares do mundo, menos em águas muito frias e/ou poluídas. No início, estes moluscos vivem soltos nas águas e na areia e com o passar do tempo fixam-se nas rochas. Seus principais predadores são, além do homem, diversas espécies de peixes, a estrela do mar, caranguejos e outros tipos de moluscos. Hoje, os maiores produtores de ostras são: Portugal, Itália, França, Inglaterra, Holanda e Bélgica.
Quando precisa se alimentar, a ostra abre as conchas e suga a água para dela retirar seus nutrientes (plâncton, algas e alimentos diversos em suspensão) que ficam presos no seu muco e de lá são transportados até a boca. Quando a temperatura passa dos 10°C, as ostras costumam ingerir mais alimentos, chegando a filtrar, cada uma delas, até 5 litros de água por hora.
A ostra não é o único molusco capaz de fazer pérolas (o mexilhão também pode, por exemplo, embora isto ocorra muito mais raramente). A “fabricação” da pérola se dá quando alguma substância estranha entra em contato com o corpo da ostra. Como conseqüência, a ostra produz uma espécie de resina chamada de madrepérola que envolve o agente invasor, seja ele sólido ou líquido. Com o passar do tempo, a crescente solidificação da madrepérola transforma-se em pérola, cujas cores podem ser bem variadas: preta, branca, cinza, vermelha, azul e verde. As pérolas utilizadas para fazer jóias são aquelas com formato bem esférico e feitas por um tipo especial de ostras chamadas de ostras aladas.
Existe no Pacífico Sul, um tipo de ostra gigante chamada Tridacna, seu peso pode chegar a 500 kg. Este animal se alimenta de algas que nascem no interior de sua concha e a ostra também produz substâncias úteis às algas, constituindo, assim, uma relação perfeita.
Apesar da aparência não muito agradável, a ostra é um molusco muito apreciado na culinária por diversos povos (há evidências de caçadores de ostras em várias civilizações costeiras da pré-história). É um animal rico em zinco, um dos nutrientes requeridos para a produção de testosterona(hormônio masculino).

Caramujo Africano


caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie de molusco terrestre tropical, originário do leste e nordeste da África. Foi mundialmente disseminado pela ação humana ligada a gastronomia, pela região da Tailândia, China, Austrália, Japão e recentemente pelo continente americano. Essa espécie é considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo causando sérios danos ambientais. No Brasil foi introduzida a partir 1988 como uma forma barata de substituir o escargot.
Caramujo africano. Foto: J.M.Garg [GFDL (http://www.gnu.org/copyleft/fdl.html) or CC-BY-SA-3.0-2.5-2.0-1.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], via Wikimedia Commons
Caramujo africano. Foto: J.M.Garg [GFDL or CC-BY-SA-3.0-2.5-2.0-1.0], via Wikimedia Commons
Os indivíduos adultos de caramujo africano podem atingir uma massa de mais de 200g e chegar a 15 cm de comprimento de concha. É um caramujo de concha cônica marrom ou mosqueada, alcançando a maturidade sexual entre quatro e cinco meses. Os indivíduos são hermafroditas, podendo realizar até cinco posturas por ano, com 50 a 400 ovos por postura. Ativo no inverno, resistente ao frio e à seca, geralmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite ou, durante e logo após as chuvas.
A invasão do caramujo africano no Brasil se constitui não só num problema principalmente em áreas urbanas, mas também cresce em áreas naturais importantes. Devido a ampla distribuição do molusco no Brasil, torna-se impossível erradicá-lo. Porém, o controle local continua possível, embora requeira grandes custos financeiros e mão-de-obra.
Em países de climas tropicais, os prejuízos à agricultura são ainda maiores, primeiramente, porque há perda de produtividade na colheita devido ao ataque destes herbívoros, sem contar o ataque a outras plantas que fornecem o enriquecimento da camada superficial do solo. Podem também transmitir organismos patogênicos para as plantas. Em segundo lugar, há o custo do trabalho e dos materiais associados com a gerência da praga. Terceiro, há perdas como a limitação dos tipos de plantações que podem ser cultivadas, devido às mudanças do ambiente e a presença do caramujo.
O caramujo africano além de praga agrícola é o responsável pela transmissão de parasitos pertencentes ao grupo dos nematoides do gênero Angiostrongylus, parasitos estes que causam doenças de difícil diagnóstico em humanos. A pessoa é infectada pelo parasito acidentalmente quando ingere alimentos ou água contaminados com larvas de terceiro estádio, presentes no muco secretado pelo caramujo, seus hospedeiros intermediários. Os principais parasitos que podem ser transmitidos pelo caramujo africano são o Angiostrongylus cantonensis e o Angiostrongylus costaricensis.
Diversas estratégias físicas, químicas e biológicas têm sido utilizadas no controle do caramujo.  O controle ativo é considerado o método mais eficiente de manejo para o molusco e requer, primeiramente, a coleta e a destruição dos caramujos e seus ovos das áreas infestadas. A coleta deve ser repetida com frequência, ao longo do ano, sem interrupção, e isso se deve a grande fecundidade da espécie, e deve incluir áreas urbanas, áreas agrícolas como hortas e roças, áreas agrícolas abandonadas, bordas de florestas e de brejos.
O controle químico também foi uma possibilidade muito explorada, porém, há o elevado custo econômico e tecnológico. A situação nos últimos anos não mudou muito, sem registros de desenvolvimento especifico contra Caramujo Africano, apesar da grande diversidade de compostos sendo estudados.