Pertencente à família Tephritidae, uma das que apresentam mais espécies na Ordem Diptera, a mosca-das-frutas é considerada uma das maiores pragas no setor da fruticultura. Combatido em escala global, este inseto é conhecido por atacar os órgãos reprodutores das plantas, flores e frutas com polpas. No período em que se apresenta em forma de larva, a mosca-das-frutas desenvolve-se dentro dos frutos, onde se alimenta da polpa.
Entre os tipos de moscas-das-frutas, existem algumas espécies mais invasivas e de comportamento colonizador, como a Ceratitis capitata. Já outras, como as do gênero Ragholetis, apresentam uma distribuição mais restrita, além de terem pouca capacidade para se adaptarem em ambientes novos. Geralmente, são insetos de regiões temperadas.
Anualmente, as moscas-das-frutas causam aproximadamente um bilhão de dólares em prejuízos. Por isso, são considerados insetos que causam enormes danos aos fruticultores. O inseto pode causar estragos de três formas: diretamente na produção, durante o processo de comercialização e na parte do fechamento das mercadorias a serem exportadas. As nações que importam as frutas podem até mesmo parar a comercialização, pois não têm interesse em produtos que transportem a praga.
As moscas-das-frutas são responsáveis por danos a mais de 400 tipos de frutas, entre elas, as mais prejudicadas são: sapoti, maracujá, acerola, cereja, mamão, graviola, jambo, jabuticaba, pitanga, goiaba, cajá-manga, ciriguela, caju, manga, pêssego, nectarina, ameixa, pêra, maçã, tangerina, mexerica, limão-cravo, laranja-doce e laranja-azeda.
A divisão geográfica da Tephritidae é bastante ampla e seu predomínio ocorre na região Neotropical. São aproximadamente 4.352 tipos agrupados em 481 gêneros. Destes, apenas 5 influem na economia: Toxotrypana, Rhagoletis, Bactrocera, Ceratitis e Anastrepha.
Referente ao gênero Toxotrypana, apenas a espécie T. curvicauda, que ataca a papaia, é perigosa para os fruticultores, porém, não há ocorrências desta espécie no Brasil. Já a B. carambolae, mosca-da-carambola, do gênero Bactrocera, foi encontrada recentemente no Oiapoque (AP) de forma restrita. No Brasil, as quatro espécies de Rhagoletis registradas não são prejudiciais para a agricultura, são apenas pragas encontradas esporadicamente na região Sul do País.
A mosca-do-mediterrâneo, pertencente ao gênero Ceratitis, possui apenas uma espécie no Brasil. Do ponto de vista econômico, é a que representa maior perigo juntamente com A. obliqua (Macquart), A. grandis (Macquart), A. pseudoparallela (Loew), A. striata Schiner, A. zenildae Zucchi, A. sororcula Zucchi e A. fraterculus (Wied).
De acordo com Aldeni Silva, Biólogo Doutorando em Agronomia, “os inimigos naturais das moscas das frutas são parasitóides pertencentes principalmente às famílias Braconidae e Figitidae. Na primeira família destacam-se espécies dos gêneros Doryctobracon, Opius e Utetes, e na segunda família, espécies dos gêneros Aganaspis, Odontosema, Tropideucoila, Dicerataspis e Lopheucoila”.
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