Mosca-dos-chifres é o nome popular da mosca Haematobia irritans. Ela foi identificada primeiramente no Brasil, no estado de Roraima vindo, provavelmente da Guiana, aproximadamente no ano de 1977, sendo registrada apenas no ano de 1983. Sua disseminação se deu muito rapidamente, em consequência do transporte e rotas de comercialização de gado, estando nos dias de hoje, disseminada por todo o país.
Esta mosca é um díptero da família Muscidae, hematófago, medindo entre 3 a 5 mm, parasitando os bovinos, preferencialmente, dia e noite, abandonando-o por breve período de tempo, quando realiza a ovoposição. Este ato é realizado nas fezes frescas (no máximo dentro de 10 a 15 minutos após a defecação) dos bovinos, onde as fêmeas depositam cerca de 10 a 20 ovos, embaixo da borda da massa fecal. Os ovos eclodem dentro de 24 horas, as larvas viram pupas dentro de 4 dias, permanecendo no solo por 5 a 6 dias, transformando-se em adultos.
Sua preferência é por bovinos da raça européia, mestiços e que possuem a pelagem escura, ou com manchas escuras, além de machos inteiros, pois estes possuem alta produção de secreções sebáceas, assim como a concentração de testosterona.
Fatores climáticos, tais como temperatura e precipitação pluvial, interferem na população dessas moscas, sendo que as temperaturas extremamente baixas e precipitações baixas ou altas diminuem o parasitismo, sendo que os picos de população da H. irritans é observado no início do período das águas e no final do período das águas.
Esse díptero localiza-se em partes do animal que ficam fora do alcance do movimento da cabeça e cauda do animal, como giba, ventre, costado e membros. Sua picada é dolorosa e como os animais não conseguem espantá-la, ela acaba estressando-os, fazendo com que aumente o gasto energético na tentativa de se livrar do parasita, além de diminuir o tempo de pastejo dos bovinos. Ela também pode transmitir doenças como a anaplasmose, carbunculose e leucose. Desta forma, causam enormes prejuízos econômicos, sendo que há uma redução de 10% do peso vivo dos animais da raça Nelore infestados, além de ser responsável pela diminuição do valor do couro.
O controle dessa mosca é feito através do uso de produtos químicos utilizados na forma de pulverização, pour on ou brincos impregnados de princípio ativo, direcionando a aplicação desses produtos para o local de pouso das moscas. Deve ser ressaltado a importância da utilização de inseticidas químicos sempre que possível, lembrando de usá-lo com cautela, pois além desse produto deixar resíduos na carne e no leite, também causa danos ao meio ambiente. Existe outro método pouco utilizado, mas que em certas propriedades, em especial as leiteiras, apresenta excelentes resultados, é o sistema de armadilhas, onde é adaptado ao brete ou ao tronco um equipamento composto por telas, onde esses dípteros ficam presos e posteriormente, são mortos.
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