sábado, 3 de outubro de 2015

Tarântula

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Caranguejeira e mão de um adulto
Foto: Bruno C. Barbosa
As caranguejeiras, aranhas popularmente conhecidas no Brasil, recebem outros nomes como “Tarântulas” na língua inglesa e “Baboon spiders” no continente Africano. Estas aranhas fazem parte da família Theraphosidae com aproximadamente 930 espécies já descritas distribuídas em todos os continentes (exceto Antártica), em sua maioria concentradas nas áreas tropicais e subtropicais.  Diversas espécies de caranguejeiras são consideradas as maiores do mundo, podendo chegar facilmente a 25 cm de envergadura de pernas e várias colorações. Por estas características tem relativa importância econômica na Europa e nos Estados Unidos como “Pets” exóticos.
Essas aranhas têm hábitos terrestres, vivem em tocas no solo ou debaixo de pedras ou outras cavidades naturais. Existem espécies arborícolas, ou seja, habitam copas das arvores. Alimentam-se de pequenos animais, principalmente insetos, podendo se alimentar de cobras, sapos, rãs, pererecas, lagartos e ate mesmo de pequenas aves. Pouco se sabe sobre o comportamento dessas espécies em vida livre, grande parte do conhecimento deriva de estudos com animais em cativeiro. As caranguejeiras possuem hábitos noturnos e vivem de forma solitária; as fêmeas podem viver até 20 anos em cativeiro, enquanto machos vivem até (aproximadamente) sete anos.
Foto: Bruno C. Barbosa
Foto: Bruno C. Barbosa
Os acidentes envolvendo picadas em humanos são sem importância médica. O que se conhece é a irritação ocasionada na pele e mucosas devido aos “pelos” urticantes, que algumas espécies liberam como forma de defesa. Os “pelos” urticantes se concentram na região posterior do abdome, de 10.000 a 20.000 pelos por mm, e são usados para defesa: raspados pelas patas posteriores e lançados ao ar. Seu veneno pode provocar relaxamento da musculatura estriada e em algumas espécies o veneno pode ter ação semelhante aos encontrados nas Aranhas Armadeiras.
Quanto ao quadro clínico, a pessoa picada pode vir a sentir dores no local de pequena intensidade e curta duração (devido ao tamanho das “presas”), às vezes acompanhada de discreta hiperemia local. O contato com os “pelos” causam manifestações cutâneas e das vias respiratórias altas, provocadas por ação irritativa ou alérgica nos pacientes com sensibilidade. O tratamento para casos leves não é necessário, pois o quadro regride espontaneamente. Em casos mais severos o tratamento é feito com analgésicos como a epinefrina, anti-histamínicos e corticoides. Porém, não há tratamento específico.
Atualmente, para as 14 espécies de aranhas caranguejeiras já estudadas são conhecidos mais de 30 tipos diferentes de toxinas que podem ser ferramenta para nova classe de drogas. Recentemente, estudos revelaram um peptídeo com atividade anti-microbiana extraído da hemolinfa (substancia de mesma função do sangue) de uma espécie, e que poderá ter grande aplicação na indústria farmacêutica, assim como outras substancias já encontradas.

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